quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Racionamento de água completa dois anos em Campina Grande

Além de Campina, outras 18 cidades enfrentam racionamento desde 2014.
Açude que abastece cidades está com apenas 5,3% da capacidade total.


O racionamento de água para a população de Campina Grande e outras 18 cidades do Agreste paraibano completa dois anos nesta terça-feira (6). O açude Epitácio Pessoa, conhecido como açude de Boqueirão, no Cariri da Paraíba, que abastece essas cidades, está com apenas 5,8% da capacidade total de armazenamento.

Nestes dois anos, o racionamento mudou de modelo quatro vezes. Sem novos limites de exploração estabelecidos em números pela Agência Nacional das Águas (ANA), a população vai poder usar a água enquanto ela for própria para o consumo, mas os órgãos não sabem até quando isso vai ser possível e esperam por chuvas ou a Transposição das Águas do Rio São Francisco.

“Enquanto a ANA determinava os percentuais, a gente sabia em média até quando poderia usar. Mas agora, o abastecimento vai depender da potabilidade da água e isso não temos como precisar", disse o gerente da Cagepa, Ronaldo Menezes.

No dia em que o racionamento de água começou, em 6 de dezembro de 2014, o açude, que tem capacidade para 411.686.287 metros cúbicos de água, estava com pouco mais de 98,557 milhões, que correspondia a 23,9%. Na segunda-feira (5), o açude estava com 21,707 milhões, ou seja 5,3%. Os dados foram divulgados pela Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa).
Mesmo com racionamento, em dois anos o açude perdeu 76,850 milhões de metros cúbicos de água. A queda se deu pelo consumo da população e pelo processo natural de evaporação. Segundo a Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa), este é o pior nível da história, desde que a cidade passou a ser abastecida pelo açude, na década de 1950. Antes, a maior crise havia ocorrido em 1999, quando o açude chegou a 14,5%.
Por causa do baixo nível de água no açude, a Cagepa está tendo que usar um sistema de captação flutuante para retirar a água da superfície. Essa medida foi necessária, pois o volume baixou tanto que o sistema de captação por meio de gravidade perdeu a eficácia.

O baixo nível também diminuiu a qualidade da água e a presença de cianobactérias e toxinas liberadas por elas fez com que a Cagepa aumentasse o tratamento. “A água que a gente tinha há dois anos, há cinco anos, não é a mesma de hoje. O volume foi baixando e a gente tem adaptado o tratamento”, explicou o gerente da Cagepa, Ronaldo Menezes.

Fonte:  G1 Paraíba


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